Manoca
26.11.2013 por Carito
Ele vinha caminhando na praia com sua prancha de surf. Assim conheci Manoca em Pirangi, num veraneio. Éramos muito jovens, adolescentes. Descobri que morávamos próximos um do outro em Natal. E comecei a frequentar sua casa. Manoca pegava onda, andava de skate, tocava gaita e violão, viola 12 cordas… e tocava guitarra! Puxa! Era um cara massa! E ficou sendo assim a vida inteira: um cara massa! Criamos o Fluidos e depois ele seguiu seu caminho mais ligado ao jazz, ao estudo e ensino na escola de música… Eu continuei com o rock e experimentações, mas de vez em quando nos falávamos… Ele sempre tinha o cuidado de fazer um comentário carinhoso… Lembro que me dizia sempre que gostava de escutar os cds d’Os Poetas Elétricos nos headphones, porque tinha que ser assim, para poder captar bem a proposta. Um dia me disse ao telefone que depois de muitos anos resolveu escutar o som de uma banda que tinha feito nossa cabeça na adolescência: me disse que foi caminhar na praia, em Gostoso, e escutou de novo, nos headphones, o Supertramp, e ficou impressionado como ainda era um som massa! Sempre me estimulava – quando recebia notícias minhas sobre alguma produção audiovisual que eu estivesse envolvido e divulgando, ele sempre fazia questão de responder à mala direta que eu mandava para os amigos via e-mail… Sempre dizia algo assim: valeu, Carité! E comentava alguma coisa… Sempre verdadeiro, Manoca imprimiu sua marca por onde passou… querido por todos, atencioso com todos… Deixa um legado imenso de arte e vida, música e humanismo! Descanse em paz, amigo!
Carité