Os Poetas Elétricos
UM PROJETO COADJUVANTE QUE VIROU PROTAGONISTA
Nascemos de um universo paralelo, à margem da nossa banda de rock na Natal dos anos 90. O projeto tinha mais subjetivos que objetivos ao misturar livremente música e poesia.
Durante a época noventista da banda Modus Vivendi, eu e Edu Gomez fizemos algumas gravações experimentais nas madrugadas, participamos de alguns recitais elétricos… E fomos para a mata e a fermata.
Em 1999 o Modus Vivendi acabou, e depois de um exílio da cena poptiguar nos reencontramos na chamada síndrome da abstinência artística. Voltamos ao fazer poético-musical em 2003 quando resgatamos o projeto kamiquase perdido transformando-o em projétil lançado em disco voador em 2004, assumindo o nome Os Poetas Elétricos e colocando como título do cd o nome do projeto original (“Poemas Eletri-ficados & outros que foram embora”).

Lançamento do primeiro CD d'Os Poetas Elétricos no Bar Beleléu em Natal (Papary Jazzy Festival 2004)
O primeiro CD conta ainda com algumas participações “espaciais”: Jorge Lima (percussão) em A Sina de Ina; Michele Régis (vocal) em A Sina de Ina e Lago Gente; Junior Primata (baixo) em Cínico Clínico e Ofício, Rogério Pitomba (bateria) em Cínico Clínico, Ana Paula Cadengue (voz) em Cínico Clínico e Zack Glass (“radio songs”) em Gina.
REPERCUSSÃO E SEGUNDO CD
Iniciamos esse projeto com total liberdade e certa despretensão: só queríamos agradar a nós mesmos! Mas tivemos uma ótima recepção da crítica e público.

Michelle e eu no show "O Vazio Fértil" - Casa da Ribeira, 2005, Projeto Cosern Musical (Foto de Kênia Castro).
Com os recitais-shows de divulgação do primeiro CD, Michelle Régis passou a ter uma participação mais intensa no projeto, além de participar das apresentações também participou do processo criativo do segundo CD, cujo início de composição coincidiu com a época pré-show d’Os Poetas Elétricos no Cosern Musical em 2005. Quando fomos selecionados para o Cosern Musical, Michelle teve uma participação ainda maior no processo de concepção do espetáculo e no show em si. A partir daí, diante da afinidade artística e química natural, o grupo virou cada vez mais uma “dupla de três”, e Michelle entrou oficialmente no projeto lítero-musical, sendo “a terceira pessoa do plural”.

Banner de divulgação do show d'os Poetas Elétricos no Cosern Musical 2005 (Fotos de Giovanni Sérgio e arte de Kênia Castro).
Com o projeto “O VAZIO FÉRTIL” criado especialmente para a apresentação no Cosern Musical na Casa da Ribeira (onde pudemos explorar com muito mais força e recursos a linguagem cênica), iniciamos de forma mais sistematizada a criação do segundo CD “ESTIRADO NO ESTIRÂNCIO (Ou Sol Sem Sombra de Dúvidas)”. No momento anterior ao Cosern Musical, adquirimos uma parafernália eletrônica “em busca da batida perfeita” (ou mais adequada) para nossos objetivos, direcionando cada vez mais o trabalho para esse caminho também nas apresentações ao vivo.

Capa do segundo CD d'Os Poetas Elétricos - "Estirado no Estirâncio ou Sol Sem Sombra de Dúvidas" (arte de Gabriel Novaes).
O grupo se dedicou de forma ainda mais intensa no segundo CD, dando continuidade ao experimentalismo e à espontaneidade do primeiro, e ainda redobrando os cuidados com a concepção do disco e com as gravações. Para nós, o resultado é uma mistura intrigante e diferente não só de música e poesia, mas também uma mistura entre o experimental e o pop. No segundo CD, exploramos mais a melancolia e o lirismo, sem perder o humor que faz do jogo lúdico uma marca registrada do trabalho do grupo; assim como também há bastante espaço para batidas dançantes somadas ao clima intimista que vem desde o disco anterior.
A NOVA FASE E O TERCEIRO CD
Em 2010 Michelle saiu do projeto e o grupo voltou a ser dupla que agora se encontra em fase de finalização do terceiro CD (resultado do Prêmio Núbia Lafayette). O novo disco vai se chamar “BREVES INCANDESCÊNCIAS” – marcado por poemas curtos e faixas de curta duração. Nesse terceiro CD exploramos outros “sons, outras batidas, outras pulsações”, chegando a flertar com o samba e a “nordestenidade” (e até com a música árabe), ainda que sempre de forma espontânea, inusitada e experimental. Com algumas participações muito especiais (como a da cantora Simona Talma), Os Poetas Elétricos se aproximam ainda mais da música, mas sem perder a poesia jamais, sempre entendendo poesia também como atitude, postura, atmosfera…
E AGORA JOSÉ, PRA ONDE?
Música eletrônica (ou ele-Crônica), banda orgânica, ou formato guitarra e voz? Tudo vale! Os Poetas Elétricos estão sempre experimentando – tanto em estúdio quanto nas apresentações ao vivo. Ao vivo Os Poetas Elétricos já contaram com a participação da bailarina Aliana Maia, dos VJs Júlio Castro e Rafael Beznos, os DJs Gabriel Souto e Rafael Telles, e ainda com o suporte de outros músicos como Antônio de Pádua (trompete e pandeiro), Junior Primata e Miguel Sampaio (baixo), Juliana Gonçalves (bateria e efeitos eletrônicos), Diego Brasil (guitarra), e Rogério Pitomba (bateria). Agora estamos curtindo uma experiência mais crua, nos apresentando somente com guitarra e voz, descobrindo as várias nuances e possibilidades que esse formato proporciona.
MISTURANDO CONCEITOS SEM PRECONCEITOS
O grupo continua misturando vários conceitos sem preconceitos (poesia sonora, poesia declamada, poesia musicada, poesia concreta, arte abstrata, vinheta, trilha sonora, música experimental e música pop, por exemplo), onde o mais importante é a total liberdade no diálogo entre o som e a palavra.
Pluralismo, multilinguagem, neologismos, aliterações, trocadilhos e outras invencionices não apitam falta no jogo lúdico entre o som e a palavra. Poesia sonora ou música experimental de ares rockers? Buscamos e rebuscamos um diálogo entre o experimental e o pop. Crônicas irônicas e líricas satíricas, palavras t(r)ocadas e músicas fal(h)adas… O falo e o calo… não temos estilo, temos estalo!
OBS.: Os Poetas Elétricos também participaram da performance DEVORANDO FAUSTO, do diretor teatral Marcos Bulhões, cujo espetáculo foi filmado no Forte dos Reis Magos em Natal, em 2008, onde a banda tocou ao vivo, participando da trilha sonora original da montagem. O grupo também realizou a composição e gravação da vinheta-tema do programa de televisão ROSA CHOQUE do Coletivo Leila Diniz, participou da Feira de Livros de Mossoró, da Feira de Música de Fortaleza, e em Natal participou dos festivais MADA e DOSOL, já se apresentou no Colégio Ciências Aplicadas, sempre participa das comemorações do Dia da Poesia, fez temporada de shows no extinto Budda Pub e realizou em maio de 2o1o um pocket-show mais intimista no lançamento da Rede Potiguar de Música na Casa da Ribeira, e também recentemente na SBPC (nesse formato mais cru, somente com guitarra e voz). Depois de lançar o terceiro CD no primeiro semestre de 2011, realizaremos a gravação de um DVD em data a ser definida.