“Pra mim é tudo punk”
30.08.2010 por Carito
Ricardo Baya é foda. É um guitarrista de mão cheia – cheia de técnica, criatividade e principalmente: alma!
Meu amigo-guitarrista-parceiro-cumpadre Edu Gomez pode ficar com ciúmes, mas eu tenho que dizer isso: Ricardo Baya é foda! Assim como Edu, Baya sabe da importância de tudo, que técnica é tão importante quanto timbre, textura, pedaleira, pode ser jazz, pauleira. Pra mim, aqui em Natal, Edu Gomez e Ricardo Baya se destacam nesse sentido. Os caras têm um feeling da puta!
Eu já tinha visto Baya tocar em um show de Valéria Oliveira. E ali, pra mim, o cara foi o destaque na escola de bambas. Todos os caras tocando com Valéria são bons, mas Baya se destaca.
O mesmo aconteceu nessa sexta-feira passada, 30 de agosto, no show da Alcatéia Maldita no Nalva Melo Café Salão, estando à frente da matilha o velho lobo Raul. Baya deu peso, técnica, beleza, sem perder a espontaneidade jamais! Sabendo ser preciso e também ser improviso.
A Alcatéia Maldita é uma verdadeira banda de rock, e não tem essa de rock local, potiguar, não-sei-quê, rock certinho não! É rock brasileiro com cara de bandido, é rock do planeta terra, da Floresta Marrom, e de todos os lugares, de fora, de dentro, bem dentro, pulsando junto da batera de Fidja, dos cabelos de Julinho lembrando Glenn Hughes, do agogô de Raul levando todos ao delírio com uma porrada – a porrada do som, uma porrada de músicas inéditas, refazendo tudo, guariroba, insistente guariroba… “Penso, logo insisto”.
O homem é o lobo do homem, o homem é o bobo do homem, todo homem é uma ilha, todo homem é uma matilha.
Eu vou uivando junto, fã desde os velhos tempos do Festival do Forte… Do Festival do Forte a Nalva Café e onde mais tiver…

Banner de divulgação do show “Penso, logo insisto” da banda Alcatéia Maldita, com Civone Medeiros em cartaz e em performance: Civone abriu a noite e a roupa em grande estilo! O show foi uma homenagem às mulheres.
Depois do show Raul me disse: “Eu sou rebelde. Não sou revolucionário. O revolucionário quer o poder. Eu sou rebelde”. E conversando com Baya, admirando seu entendimento e diversidade musical mostrados no show, e comentando com ele sobre o purismo de Natal, falei que muitas pessoas têm dificuldade de escutar com naturalidade tanto Chet Baker quanto Sex Pistols. Baya me disse:
- Pra mim é tudo punk!
Carito