Selecionei algumas imagens que eu captei em exercícios de um curso de fotografia que estou fazendo com o Prof. Max Pereira. Reprocessei alguns trechos da trilha sonora que Edu Gomez tinha feito para outro vídeo meu (“Platonismo em Linha Reta – e outros poemas de Nina Rizzi”). Juntei tudo com alguns poemas meus que tinham um diálogo com as imagens, procurando criar um conceito. Alguns poemas eu já tinha escrito antes desse vídeo, outros eu criei especialmente para esse vídeo – (ins/trans)pirado nas fotografias.
Em uma Natal que não existe mais, uma aventura mágica vivida pela minha mãe em plena Avenida Deodoro!
Mais um vídeo caseiro. Ou melhor: mais um vídeo de apartamento!
Filmado com uma máquina fotográfica digital compacta – Natal, maio de 2011, no apartamento de “Dona Crinaura”. Editado no iMovie.
* * *
Estávamos eu e Joane almoçando no apto de minha mãe e ela nos contou essa história. Achei que era uma história para um vídeo, um curta, simples assim! De repente uma chuva, de repente um vídeo! Um vídeo-homenagem para minha mãe, como presente do Dia das Mães!
Feliz Dia das Mães todo dia para todas as mães, inclusive para a mãe natureza!
Para minha mãe e suas chuvas de poesia.
Com amor, carinho, admiração, gratidão…
Carito
P.S.: E como cantava a banda Joelho de Porco: “eu vou escrever no muro: hoje é o passado do futuro”.
P.S 2: Detalhe – o quadro que aparece no vídeo foi pintado por Flávio Freitas a partir de uma fotografia, e retrata a casa que minha mãe morou durante toda a sua infância, em um sítio em Macaíba.
Direção, roteiro, fotografia, edição e produção: Carito
Participação especial: Joane Luiza
Poemúsica: Inverno
Artista: Os Poetas Elétricos
Composição: Carito e Edu Gomez
Álbum: Breves Incandescências
Filmado na Patagônia em 2011
ESTIRÂNCIO NETWORKS
Depoimento do diretor:
Meses atrás eu costumava dizer brincando que eu ia para a Patagônia só para filmar o videoclipe de Inverno (nova poemúsica d’Os Poetas Elétricos do disco Breves Incandescências, ainda a ser lançado). Não deixou de ser uma brincadeira com as palavras como eu gosto tanto de fazer, mas que foi “à vera” foi! Tanto que tá aí o videoclipe!
Na Patagônia tudo é tão diferente e inusitado que você pode filmar material para um videoclipe sobre o inverno em pleno verão. Com licença poética, podemos dizer que assim como em Natal é verão o ano inteiro, lá é inverno o ano inteiro!
Mas chega de conversa que eu já tô congelando…
Então, para vocês, mais uma lembrancinha do fim do mundo!
Direção, roteiro, fotografia, edição e produção: Carito
Poemas e ilustrações: Nina Rizzi
Vozes: Nina Rizzi e Carito
Trilha sonora: Edu Gomez
ESTIRÂNCIO NETWORKS 2011
Depoimento do diretor:
A poeta Nina Rizzi me pediu para editar um vídeo com poemas seus. Não consegui. O que fiz foi me apropriar do projeto dela e transformá-lo em um projeto meu. Não sei ser só editor, pois não tenho estudo técnico aprofundado para isso. A minha edição existe em função de um conceito que invento. A minha edição é intuitiva e existe em função de uma idéia que tenho para um roteiro e direção. Assim, literalmente, e cinematograficamente, tomei a direção do carro – tanto que ele aparece o tempo todo no vídeo, como um refrão-metáfora, para levar o espectador para uma aventura imagética e sonora que interpreta livremente a poética do espaço dessa minha amiga pra lá de virtual. Escolhi os poemas de Nina que senti que formariam uma atmosfera específica, atmosfera já iniciada com a visualização de algumas imagens do meu banco de filmagens que captei recentemente na Patagônia e que, por sua vez, comungavam com os poemas de Nina. É difícil dizer quem veio primeiro: a escolha dos poemas ou a escolha das imagens. Tudo foi acontecendo ao mesmo tempo.
A trilha sonora foi feita especialmente para esse vídeo. Cheguei no estúdio do meu parceiro poelétrico Edu Gomez abrindo os braços em movimento lento, como um pássaro em slow motion, para mostrar o ritmo do vídeo. E antes que eu pudesse concluir que queria algo como Durutti Column misturado a Black Sabbath, Edu já me apresentou o tema com tudo isso e mais: meio Tarantino, sem deixar de ser Edu Gomez, ele acertou em cheio! Cheio de atitude, densidade, e especificações para o timbre certo: escolheu o amplificador fender, escolheu uma de suas sete guitarras, escolheu algumas variações do tema e pronto! Estava pronto também um “banco de sons”. Estava completa a atmosfera!
Nina me enviou muitos e belos desenhos. Escolhi dois, pela força e cumplicidade com a proposta do vídeo.
Mais uma vez usei o IMOVIE – programa básico de edição do Mac.
Então é isso: com poemas e ilustrações de Nina Rizzi, imagens captadas na Patagônia, trilha sonora original de Edu Gomez… corro, o risco, e ando, devagar com a imagem, em mais um vídeo experimental.
um video literalmente caseiro. ou melhor – de apartamento! na onda do it yourself, uma webcam no computador e uma idéia na cabeça! videopoemas de carito, desenho de nina rizzi, dezembro de 2010…
Direção e Roteiro – Carito
Fotografia e Edição – Julio Castro
Atores – George Holanda e Carolline Cantídio
Produção – Carito e Moo
Apoio de Produção – Catarina Doolan e Joane Luíza
ESTIRÂNCIO NETWORKS + MUDERNAGE 2010
Depoimento do diretor:
Em um belo dia de 2009 eu estava de carro, com meu amigo Aldo Jr., passando pela praia de Tabatinga, e vimos no mar um barco que nos chamou a atenção. Comentamos que parecia um barco de filme. Depois soubemos que o barco estava à deriva e que era o barco dos africanos que encalhou dias depois na praia de Búzios. Depois que soubemos dessa notícia fomos ver o barco encalhado e imediatamente me lembrei do filme Terra Estrangeira de Walter Salles. Também me lembrei da poemúsica “Estirado no Estirâncio” d ‘Os Poetas Elétricos. Fazia tempo que eu queria fazer um videoclipe para essa nossa Poemúsica. Então, como se diz por aí: casou Tomé com Bebé, a fome com a vontade de comer.
Criei um roteiro, mandei o roteiro por e-mail para a minha amig’atriz Caroll (Carolline Cantídio, que mora no Rio de Janeiro) convidando-a para participar do projeto. Ela topou. Caroll estava vindo passar um pouco das férias de fim de ano em Natal. Pensamos juntos o nome de George Holanda para contracenar com ela. George também topou. Convidei Júlio Castro para filmar, ele topou. E aí o desafio era encontrar um tempo para todo mundo. Era final de ano, eu tinha que aproveitar a rápida estada de Caroll em Natal. Por outro lado, George estava indo de férias para a Austrália. E Júlio estava super-ocupado com os trabalhos de fim de ano na produtora onde ele trabalha. Fim de ano é fogo! E eu não sabia quanto tempo aquele barco-cenário iria continuar ali, estirado no estirâncio. Então consegui encontrar um dia que todo mundo podia.
Antes eu fui com Caroll visitar algumas das locações: a praia de Búzios (onde estava o barco) e a praia de Malembar (para confirmamos “in loco” os melhores trechos de praia vazia que eu já havia mais ou menos pensado). A locação de São Miguel do Gostoso era mais longe, então fiz o reconhecimento com minha própria mente. É uma região que conheço bastante e pude contextualizar a geografia dessas praias no roteiro só de cabeça mesmo. Na verdade o roteiro teve vários tratamentos: antes, durante e depois das filmagens. Gosto de trabalhar de maneira aberta, tendo o roteiro apenas como um ponto partida. Acho bacana entender a função do diretor como a de um provocador, a de um promotor de situações. Li isso uma vez no site Contracampo, onde Felipe Furtado escreveu sobre o filme “Dez” de Abbas Kiarostami: “A função de diretor parece se tornar muito mais a do promotor de uma situação”…
Bem, tracei a estratégia da filmagem, e em um sábado ambíguo, com sol e nuvens, fizemos nossa empreitada. Filmamos tudo em um só dia. Uma equipe mínima, uma única filmadora, um jeep, e muita disposição. Acordamos de madrugada. Fomos filmar o amanhecer em Búzios, onde filmamos as cenas do barco, e depois fomos imediatamente para Malembar para filmar as cenas daquela geografia deserta e aproveitar o resto de luz suave do início da manhã. Voltamos para Natal, almoçamos, peguei todo mundo de novo e fomos para São Miguel do Gostoso, com o tempo apertado para aproveitarmos a luz do entardecer.
As filmagens não aconteceram na seqüência do que aparece no vídeo. Então tivemos todo o cuidado nos mínimos detalhes. Depois foi só montar o quebra-cabeça com Júlio Castro, com o apoio de Vlamir, do Ícone Estúdio, do selo Mudernage. Vlamir é um eterno Don Quixote e Júlio faz toda a diferença. É um craque na edição. É tranqüilo e moderno, tem uma forte experiência com vídeo-arte, vídeo-instalação, e é VJ d’Os Poetas Elétricos faz tempo. E eu queria essa contemporaneidade no vídeo. Temos muita sintonia e afinidade audiovisual. Por outro lado, gosto muito de referências antigas, que são na verdade atemporais. Além da citação explícita à Terra Estrangeira, tive influência, de alguma maneira, de filmes como Nostalgia (de Tarkovski), Paris, Texas (de Wim Wenders), Lavoura Arcaica (de Luiz Fernando Carvalho), e principalmente da poética espacial do cinema de Antonioni, de quem sou fã.
No verão de 2010, um passeio com o diretor, ator e professor de teatro Marcos Bulhôes. Direção e roteiro: Carito. Produção Carito & Moo. Fotografia: Carito. Edição: Songy, Moo & Carito. Música: Edu Gomez.. Fotos still: Joane, Marcos, Carito e Henrique José. Realização: estirâncio networks & mudernage.
Depoimento do diretor:
Esse video-curta vai curtindo um passeio pelas linguagens do vídeo-entrevista e do vídeo-clipe. Dentro dessa ambigüidade filmei um passeio de jeep à beira-mar onde o personagem principal é o amigo e parceiro artístico Marcos Bulhões: o ator, diretor teatral e professor da USP responde a perguntas capciosas, filosofando sobre os eventos estéticos. Uma viagem dentro da viagem! E na trilha do jeep: a trilha de Edu Gomez!